domingo, 26 de agosto de 2007

Rali Centro de Portugal 2005

Em 2005 Armindo Araújo foi o grande vencedor, o piloto obteve uma vitória surpreendente pois o seu Lancer Evolution VIII MR não era o favorito sendo este um rali para os S1600. Ora Araújo deu a volta à questão e venceu num rali em que os S1600 tiveram dificuldades com a gravilha no asfalto "atirada" pelos concorrentes com carros N4 que limpavam as bermas e atiravam o lixo para a estrada. Miguel Campos foi 2º no seu últimoa no na Peugeot ao volante de um 206 S1600 seguido de Adruzilo Lopes que beneficiou de um furo de Bruno Magalhães no último troço que o atirou para 4º quando rodava no último lugar do pódio. Na Fórmula 206 Mex Machado dos Santos venceu travando uma intensa luta com Paulo Antunes. O Challenge C2 foi muito animado neste rali. Se é verdade que Armando Oliveira levou a melhor, não é menos certo que, principalmente, Vítor Pascoal fez cara a vitória ao seu rival. Ambos passaram pela liderança do Challenge e reviravolta final deu-se precisamente no último troço em que Pascoal, que até aí estava liderança, perdeu cerca de 12 segundos para o portuense. No Troféu Punto o vencedor foi José Sampaio. Fique agora com as declarações de alguns pilotos após a prova.

Armindo Araújo
, da Equipa Mitsubishi Galp TMN confessou “ser uma vantagem ser o primeiro na estrada, pois o percurso ainda está relativamente limpo e há zonas onde podemos aproveitar a tracção total, apesar de este ser um rali particularmente difícil, onde vamos sempre ter cautelas redobradas. Correu-nos tudo muito bem, este resultado é o espelho do trabalho de equipa que tem sido desenvolvido pela Mitsubishi e que torna o Evo um aliado para conseguir boas performances em asfalto. Sabemos que as especiais da tarde são duras mas vamos, como é óbvio, tentar manter a liderança até ao final.”
Miguel Campos: “O nosso objectivo era o pódio à geral, isso não foi possível devido às condições dos troços, mas a vitória na classe S1600 é um resultado muito positivo para nós. Tentei ao logo das dez especiais de hoje o máximo, mas havia troços que a sujidade me obrigava a levantar o pé para não correr o risco de deitar tudo a perder. Ainda assim, consegui ganhar sete PECS hoje o que demonstra um alto nível de competitividade assim como a fiabilidade do Peugeot S1600 no asfalto”

Bruno Magalhães: “As coisas acabaram por nos correr bastante bem. Ao início do dia, não me sentia muito à vontade com o carro, mas há medida que os quilómetros foram passando a minha confiança aumentou. Na PEC 13 quando já tinha a terceira posição assegurada, tive um furo que me impediu de garantir o terceiro lugar e assinar uma dobradinha à Peugeot na classe S1600”


Adruzilo Lopes: “Mesmo tratando-se de um evento disputado em asfalto, este foi um rali muito duro para as mecânicas e a verdade é que o Citroën C2 S1600 voltou a portar-se à altura das maiores exigências. Em alguns troços sentimos que era melhor não correr riscos, já que as condições das estradas eram altamente traiçoeiras. Ainda assim, efectuámos excelentes marcas e asseguramos um excelente resultado final.”

Pedro Meireles: "Foi pena, pois estava numa luta muito interessante com o meu irmão quando o motor começou a falhar e me fez perder bastante tempo. Tentámos resolver a questão, mas um problema inesperado com uma ficha acabou por nos fazer penalizar um minuto à saída da assistência. Depois o motor voltou a ficar em três cilindros, pelo que o 11.º lugar final acabou por ser o resultado possível numa prova bastante atribulada no segundo sector da segunda etapa."

Paulo Meireles: "sentimos algumas dificuldades com o equilíbrio do carro nas primeiras classificativas desta segunda etapa, mas uma correcção nas afinações devolveu ao VW Polo S1600 um outro equilíbrio e uma maior facilidade na condução. A determinada altura do rali estava a ter uma luta muito curiosa com o Pedro, com este a pressionar-me bastante, mas quando o motor dele começou a falhar esse duelo terminou. Nessa altura estávamos já isolados no sétimo do posto, sendo problemática a recuperação face aos pilotos da frente e com alguma tranquilidade no tocante aos nossos perseguidores, pelo que decidimos controlar o andamento, garantindo um resultado que nos agradava."
Valter Gomes: "Já esperávamos uma segunda etapa que iria ditar a descida de alguns lugares, no entanto não esperávamos os problemas que tivemos. Na 1ª secção da 2ª etapa, em Figueiró 2, ficámos sem travões e disputámos esta classificativa e a seguinte a travar com o travão de mão e sempre com uma mudança abaixo, pois era impossível manter o andamento. Ao chegar a assistência o problema foi resolvido, tínhamos um tubo de travões cortado. Quero deixar aqui uma palavra para toda a equipa que estava presente, Filipe Sport e Sport Competicion que resolveram o problema de forma a ser possível terminar a prova, mas tínhamos perdido mais de 4 minutos e caído para o 24º lugar. Ainda foi possível chegar ao 18º posto."
Pedro Zamith: “É sempre bom terminar duas provas consecutivas, pelo que, assim o espero, o tempo do azar já pertencerá ao passado. Se na Madeira ainda tive algumas dificuldades em termos de confiança, agora tudo se revelou mais positivo e acabei por fazer tempos bastante interessantes, muito próximos daqueles onde queremos andar. Penso que, com a confiança agora readquirida, e com a maior rodagem, ainda poderei ir mais longe, esperando poder confirmar já isso na próxima etapa do Nacional.”
Pedro Mendes Gomes: “Não foi uma prova fácil, devido aos diversos condicionalismos de que ela se revelou, depois das duas saídas no primeiro dia. Na segunda etapa lutámos com um motor que não estava no seu melhor mas que suportou galhardamente o esforço que lhe exigimos, pelo que ter terminado este rali na estreia acaba por ser um facto sempre positivo. E agora vamos já começar a pensar na próxima prova.”


Vitor Pascoal: “Foi, como já esperava, uma prova bem mais renhida que as de terra, mas que se desenrolou de feição para os nossos objectivos. Creio que demos todos um excelente espectáculo para o público, pois a luta pelo triunfo foi sempre muito forte e rodámos sempre com diferenças muito curtas. Na parte final da prova as coisas ficaram um pouco mais difíceis. Primeiro comecei a sentir alguma fadiga na embraiagem, o que, em conjunto com uma vela queimada no 11º troço, levou a alguma perda de tempo para o segundo classificado. Ainda assim, e com o motor a funcionar a 100% depois da última assistência, consegui manter a posição na antepenúltima classificativa. Mas depois acabei por perder para o Armando e na última passagem por Campelo furei e não tive como ir além do segundo lugar. Mas nesta altura do campeonato o que mais me interessa é o triunfo no final da época e este resultado serve muito esse objectivo."

Nuno Barroso Pereira: “Foi realmente uma má estreia no asfalto. Sofremos uma saída forte numa direita de quarta a fundo. Abri um pouco antes e o carro começou a fugir de frente. Ainda o tentei ir buscar, mas depois de batermos num pequeno toro de madeira e furarmos já não havia nada a fazer. Foi pena porque na altura estava em quarto e tenho a sensação que podia acompanhar um bocado o ritmo dos homens da frente e chegar ao pódio. Mas são coisas que acontecem."

António Rodrigues: "Foi um rali muito difícil, é uma lotaria, conseguirmos acabar cada troço, sem sairmos da estrada, a sujidade do asfalto em algumas curvas, torna este rali bastante perigoso, depois de ter feito 2 piões e com muita sorte não sai da estrada, resolvi conformar-me com o 3º lugar, pois era uma loucura tentar recuperar os cerca de 30 segundos perdidos."



Pedro Ortigão: "De uma forma geral o rali correu bem, e cumprimos os objectivos traçados no início da prova. No primeiro dia tivemos problemas de travões, que ficaram completamente resolvidos para Sábado, o que permitiu que tivéssemos uma luta engraçada com o Pedro Fins, que foi um óptimo adversário e que está de parabéns por ter saído vencedor na disputa pelo 3º lugar. O balanço é bastante positivo, e estamos satisfeitos com o resultado. Penso que gerimos bem o nosso rali, e acima de tudo conseguimos mais uma boa pontuação para o Campeonato.”

João Pedro Pinto disse que não tinha cumprindo o seu objectivo que era "andar o melhor possível e terminar a prova. Apesar de todo o cuidado posto na preparação do Peugeot 206, desde o início do rali que andamos sempre com problemas de motor que não passava das 6.000 rpm. Isso também contribuiu para que andasse um pouco desconcentrado, e fizemos mesmo um pião na última curva da 1ª Pec”. Mesmo com todas estas contrariedades, João Pedro Pinto, procurou continuar na prova com o objectivo “de rodar o mais possível, porém os problemas mecânicos foram-se agravando, pelo que optámos por abandonar no final da etapa de sexta-feira”.
Jorge Pinto: "Sacrificamos muito a segunda velocidade com os problemas do primeiro dia e no Sábado quase que era preciso pedir por favor para ela entrar. O nosso objectivo é sempre a vitória rali a rali e iremos lutar por isso nas duas provas que nos restam, mas no entanto é sempre importante a soma dos pontos.






Fernando Luis: "Desde o inicio do rali que a nossa estratégia passava por "atacar" os troços da 2º Etapa. Nas duas primeiras PEC's consegui andar próximo dos 5/6 pilotos mais rápidos. No Sábado o objectivo era partir junto dos 5 primeiros. Com um traçado mais lento, aumentavam as possibilidades de poder "colar-me" aos da frente. Infelizmente no inicio da 3º classificativa, o motor "recordou-me" que este era um rali para eu não terminar.

Álvaro Bandeira: "A adptação ao carro- rodei pela primeira vez com as especificações de 2005- e ao novo navegador foram rápidas, e tirando alguns problemas de direcção após um toque numa pedra e da dobragem, em 4 troços, ao piloto que nos antecedia, tudo correu bem na 1º etapa. No Sábado fui para a estrada com um ritmo demasiado cauteloso que nos fez e um furo na primeira passagem por Figueiró fez-me perder 20 segundos."




Classificação final:
1º Armindo Araújo/Miguel Ramalho (Mitsubishi), 1h36m13,8s
2º Miguel Campos/Carlos Magalhães (Peugeot), 23,2s
3º Adruzilo Lopes/Jorge Henriques (Citroën C2 S1600), a 1m03,8s
4º Bruno Magalhães/Paulo Grave (Peugeot), 1m04,0s
5º José Pedro Fontes/Fernando Prata(Renault), a 1m41,2s.




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Classificação Fórmula 206 (após Rali Centro de Portugal 2005)
1º Paulo Antunes, 34 pontos
2º Mex Machado dos Santos, 28 pontos
3º António Rodrigues, 23 pontos
4º Jorge Castanheira, 12 pontos
5º Paulo Louro, 11 pontos
6º Casimiro Costa, Francisco Barros Leite, 10 pontos
8º Ricardo Marques, Pedro Clarimundo, António Monteiro, 8 pontos

Classificação do Challenge C2 (após Rali Centro de Portugal 2005)
1º Vitor Pascoal, 176 pontos
2º Frederico Gomes, 140
3º Pedro Ortigão, 134
4º Armando Oliveira, 128
5º Sérgio Bastos, 114
6º Carlos Lopes, 108
7º João Lucas, 101
8º Pedro Fins, 76
9º Carlos Santos, 71
10ºs Nuno Pereira e Miguel Guedes, 70
12º Hugo Lopes, 40
13º Alexandre Pires 39
14º António Lopes, 12

Classificação do Troféu Fiat Punto Selénia (após o Rali Centro de Portugal 2005)
1º Rodrigo Ferreira
2º Jorge Pinto
3º José Sampaio
4º Jorge Ferreira
5ºAlvaro Bandeira




Texto: João Cosme
Fontes: Site Armindo Araújo, Renault Sport Portugal, PuroInstinto, TudoSobreRodas, MarãoMotores
Fotos: Site Armindo Araújo, Renault Sport Portugal, Peugeot Sport Portugal, DC Photo, Tiago Lourenço.

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