Foi com extrema naturalidade que os irmãos Nuno e César Rocha venceram o Circuito da Primavera, uma animada jornada de automobilismo que povoou de adeptos a ligação Quatro Ribeiras/Caparica (e vice-versa…), disputada num sábado de sol e nuvens azuis onde só terá faltado mais luta pelo melhor lugar do pódio. Aproveitando da melhor forma as quatro rodas motrizes do Impreza branco para ganhar ascendente nas duas passagens que subiam firme rumo à Serra das Quatro Ribeiras, e ficando desde logo livres da ameaça de Tiago Azevedo, que viu a caixa do outro Impreza presente encravar em quarta logo na PEC de abertura, a equipa da Terra Chã ficou bem lançada para repetir o triunfo na taça de Ralis em 2008. Até porque ainda há muita terra para correr. Ganho o tempo suficiente para não arriscar nas descidas da tarde (e podemos assegurar a inclinação e a falta de aderência do percurso iniciado na Caparica…), foi a vez de Fernando Meneses brilhar, na estreia do novo Saxo, ao vencer a 3ª PEC, mas um "forcing" final pleno de garra por parte de Jorge Rocha deu mesmo o segundo posto (por sete décimos…) a um piloto que faz mesmo falta às provas de índole federativas. Foi a exibição mais vistosa em pista. O trio da frente andou bem afastado do restante pelotão onde Artur Silva, a denotar (ainda…) alguns receios na terra, foi um confortável quarto, com uma boa vantagem sobre o homem que dominou nos "VSH": Manuel Bettencourt. Com efeito o Mazda encontrou o seu terreno ideal e parece ter ainda muita margem para evoluir. Depois deste Ricardo Moura, que esteve muito seguro, só terá a lamentar o tempo perdido na PEC nº2, o que não deixou, assim mesmo, espaço a Fábio Silva para entrar no Top-6. O homem do 205 laranja voltou a demonstrar qualidades, se bem que Marco Sousa, o 8º, tenha tido uma ligeira saída de início, redimindo-se ao vencer a categoria na derradeira passagem pelo exigente traçado que Olavo Esteves desenhou…e muito batalhou em prol das boas condições de piso apresentadas. Ainda nos dez primeiros é de realçar a boa prestação de Sérgio Cardoso, que logrou bater os mais potentes Saxo de Rui Rocha e Luís Gomes, ficando logo a seguir Carlos Martins, apenas e tão só a contas com os poucos cavalos do 1.3 que bem utiliza no Micra. Entre os Clássicos Carlos Borges nem precisou da desistência de José Patrício (com um 1904 pouco cooperante…) para provar a valia da sua condução e do bem afinado Kadett GT/E. E ainda deu espectáculo pelo meio! Aliás poder-se-iam destacar alguns pilotos pela generosidade da condução, à qual não será alheia a tracção traseira das suas máquinas, ficando aqui a "medalha" para a actuação aguerrida de Filipe Moura, a quem só falta mais um "cheirinho" de potência no Starlet "caseiro" para brilhar mais alto. Para além de Fábio Silva (o 2º nos "VSH"…) houve mais três equipas do Pico em prova, numa visita sempre saudada e que os terceirenses querem retribuir o quanto antes. É que o próximo evento do P.A.C. também se vai correr em terra…O troço utilizado veio, novamente, confirmar a validade de se correr em terra na Terceira. A clara falta de destreza de alguns pilotos naquela superfície advém apenas da menor experiência que têm, salientando-se entretanto que só com os cuidados tidos com o estado do piso é possível ter uma PEC tão selectiva e espectacular. De parabéns está pois Olavo Esteves e toda a sua estrutura, bem coadjuvada pela máquina (desta feita…) bem oleada do T.A.C., a quem os elogios cabem naturalmente.
Uma última nota para as espectaculares passagens de Gustavo Louro, novamente a cumprir o papel de carro "zero" numa prova da taça, deixando com os olhos "em bico" todos quantos viram a agressividade e as trajectórias com o pequeno RAV4. Numa cronometragem particular fica a certeza de um tranquilo quinto lugar da geral…isto a guiar à vista, e claro, caso contasse para a classificação!...
Classificações Finais
-Miguel de Sousa Azevedo - "a UNIÃO".
Foto: Ricardo Laureano.
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