sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vou-vos contar uma coisa...

...que não me sai da cabeça!...

Já quase estou com problemas familiares com a Susana(Minha esposa)!
Sabem quando ouvimos uma música pela manhã e durante todo o santo dia essa música não nos sai do ouvido? Ou quando um gajo bate à porta da vizinha (podre de boa) e ela aparece à porta de roupão mal apertado e durante dias isso não nos sai da cabeça ?
Desde o passado Domingo há uma coisa que não me sai da cabeça!
Adormeço a pensar nisso e acordo ainda a pensar no mesmo. Pior que isso é que adormeço a falar disso e é a primeira coisa de que falo quando acordo!!!
A Susana e as pessoas com quem convivo já estão fartos de me ouvir falar do mesmo!
É que no Domingo passado fui andar no Stilo do Pedro Leal. A partir daí só consigo pensar naquelas estradas da Cabreira e de como me senti passageiro numa verdadeira montanha russa.
Para quem pensava que os Karts eram emocionantes, tenho que reconhecer que não há comparação! Claro que nas primeiras curvas o medo era maior que a emoção, mas o troço não ajudava nada, pois começava a descer com umas direitas rápidas e cegas, que nas minhas mãos seriam obrigatoriamente precedidas de umas fortes travagens, mas que, para meu espanto, do Pedro não mereceram o menor respeito! Se não íamos a fundo, a mim pareceu-me! Nessa altura, menos de 500 metros depois de arrancar-mos, já só pensava nos meus ricos filhinhos!!! O sufoco só aliviou quando chegamos a um gancho, mesmo assim negociado a velocidades acima do que eu pensava serem possíveis. Quando pensava que o pior já tinha passado, seguia-se uma sequência de curvas a uma velocidade alucinante em que o Pedro fazia o Stilo dançar (íamos a voar, não íamos Pedro?). Entre correcções do volante e toques aparentemente violentos mas cirúrgicos, o Stilo voava baixinho entre as pedras e árvores da cabreira. Nesta altura já eu tinha descoberto um bocadinho de coragem e o prazer de estar a viver uma invejável experiência sobrepunha-se ao medo inicial.
Até ao fim do troço foi o delírio e pude começar a apreciar a eficácia deste Stilo a descer. O comportamento deste carro nas mãos do Pedro é fantástico. Mas isso não é nenhuma novidade para vocês, pois não?
Estávamos quase a parar no fim do troço quando um golpe do volante e o indispensável toque no travão de mão atira a traseira pelo ar e põe o Stilo pronto para arrancar em sentido contrário. Começou assim nova viagem, desta vez serra acima.
Já refeito das emoções da descida e com o corpo e a mente um bocadinho mais adaptados a estas sensações, pude apreciar a forma incrivelmente precisa como o Pedro conduz. É a eficácia total!!! As muitas curvas iam-se sucedendo e as rectas eram curtíssimas à velocidade a que nós íamos. Passei esta a subida a olhar para a frente para me ir preparando psicologicamente para os sustos que me esperavam, mas pelo canto do olho ia apreciando a concentração e o muito trabalho que o Pedro tem para pôr o Stilo a andar como anda. E como ele anda!
Ia eu nestes pensamentos quando, na aproximação de uma sequência mais complicada, uma ligeira blocagem de rodas e escorregar da traseira me fez voltar a pensar nos meus queridos filhinhos e na minha querida Susana (tenho que dizer isto para ver se ela não se zanga e para que nos próximos treinos possamos voltar!). Mais uma emoção, mas desta vez nem chegou a ser um susto, pois, com a maestria que lhe é habitual, o Pedro fez sabe Deus o quê, que entre as pedras, as árvores e as curvas da estrada colocou o Stilo prontinho para que a curva que se seguia fosse efectuada ainda mais depressa. Nesta altura estávamos perto da ligeira descida de aproximação ao gancho, numa sequência direita esquerda mais que rapidíssima, que de fora era muito bonita de se ver e por dentro num carro guiado pelo Pedro Leal, um verdadeiro prazer. A este sítio chega-se mesmo muito depressa, podem os meus amigos acreditar! Chega-se ao gancho a velocidades que alguém no seu perfeito juízo nunca pensaria ser possível. O gancho a subir faz-se bem depressa e depois serra acima até ao sítio em que começou esta aventura faz-se um esforço para recuperar a compostura. Para não parecer mal, faz-se um ar de que nada nos assustou nesta espectacular viagem e comenta-se a eficácia do Stilo.
Fiquei a sonhar!
Apanhei uns sustos, é verdade! Só não foram maiores porque até tenho confiança no Pedro, mas o gozo é bestial.
Uma experiência a lembrar até ao último dos meus dias!
Obrigado Pedro!
O Nuno Pires está de parabéns pela máquina que criou.

Agora vou-vos contar uma coisa:
A coisa está bem pior do que se possa pensar. A Susana já não me pode mesmo aturar mais a falar desta minha experiência como navegador do Pedro. Estou sempre a falar do assunto, mas o problema não é só esse.
Sabem qual é?
Ela está é roidinha de inveja por não ter também andado no Stylo!

Um abraço do
Nuno Alvura

1 comentário:

Anónimo disse...

amigo nuno, como te entendo, é sem sombras de duvidas momentos unicos que ja vivemos a bordo de alguns carros com que o pedro ja correu...estou como tu...ja estao tao fartos de me ouvir..mas nunca é demais..

dragon