Ricardo Moura continua a controlar toda a possível concorrência nas provas do Campeonato dos Açores de Ralis.
Nem o facto de este ser, no que diz respeito à sua extensão, quase um “meio rali” evitou que Moura angariasse o minutinho da ordem sobre o segundo classificado. Ainda bem que a partir do segundo lugar as lutas são bem mais renhidas e que temos os homens das 2 rodas motrizes para apimentar o campeonato…
Ricardo Moura e Sancho Eiró voltaram a estar uns furos acima de todos os restantes participantes no Rali da Primavera e estão já disparados na liderança do campeonato com duas vitórias em outras tantas provas já disputadas. Desta feita, Moura não deixou nada para a concorrência e triunfou em todas as especiais que compuseram aquele que, até ao momento, foi o mais pequeno dos ralis pequenos do GDC.
Se Moura continua a ser um caso à parte nos ralis regionais, a segunda linha surgia aqui reforçada com a presença de Pedro Vale e Sérgio Silva, respectivamente segundo e terceiro no campeonato do ano passado e mesmo com um mais competitivo Bruno Amaral que a jogar em casa, num rali muito bem preparado, poderia ter uma palavra a dizer e mesmo com José Paula que num dia “sim” podia complicar as contas a muito boa gente.
Só que o turbo do EVO IX de Paula cedeu logo na arranque da etapa de domingo e o azar também bateu à porta de Bruno Amaral, piloto das Capelas, desta vez navegado por Pedro Câmara. Amaral mostrou ter argumentos para lutar pelo pódio, chegando a rodar em 2º e, apesar de se ter atrasado, só vergou quando a aterragem de um salto em Lagoa / Marques 2 se fez com o diferencial traseiro a embater numa pedra e a ditar o abandono. Sérgio Silva, pelo seu lado, não conseguiu dar a luta que o seu talento deixaria antever porque o Subaru Impreza N11 onde fez dupla com Ricardo Melo voltou a perder tracção nas rodas da frente.
Luís Miguel Rego e Pedro Rodrigues voltaram a mostrar a evolução que o jovem piloto vem evidenciando e conseguiram superiorizar-se à concorrência directa e ascender à segunda posição na geral do campeonato em igualdade pontual com o seu colega Ricardo Carmo.
Apesar de ter conquistado o lugar intermédio do pódio com toda a justiça, a verdade é que Rego nunca esteve tranquilo, primeiro com a presença de Amaral e depois com a pressão exercida por Pedro Vale e Rui Medeiros que foram subindo de rendimento à medida que o EVO IX da Rutor Rally ficava melhor afinado mediante as alterações que foram sendo introduzidas. Vale ficou com a terceira posição no final do rali mas, por não estar inscrito no campeonato, a pontuação destinada ao lugar mais baixo do pódio foi atribuída a Ricardo Carmo que, na verdade, apenas foi 4º. Entre Rego, Vale e Carmo ficaram apenas 13,4s mas a vantagem mais pequena foi mesmo a que separou Vale de Carmo. O pódio do piloto micaelense foi garantido por apenas 1,1s…
Bem mais atrasado, fruto dos problemas já mencionados, ficou Sérgio Silva que ainda assim bateu o melhor representante das 2 rodas motrizes. Os louros da vitória nesta categoria ficaram para Paulo Maciel e Filipe Gouveia que não se deslocaram à Terceira mas que aproveitaram este rali em casa para mostrar que o campeão não perdeu nenhuma das suas qualidades.
Numa primeira fase Hugo Alcântara, mais um dos grandes valores que tem ando arredado dos ralis por falta de apoios, fez jogo praticamente igual com Maciel mas o jovem navegado pelo também dotado Nuno Cabral acabaria por se atrasar e mais tarde desistir com problemas de direcção no Citroen Saxo Cup. Henrique Moniz e Pedro Machado foram segundos mas apenas puderam descansar depois de terminado o último troço. É que a guerra com Carlos Costa e Fernando Nunes foi intensa e só se resolveu mesmo na Achada das Furnas 2 uma vez que à entrada para a derradeira especial Moniz estava na frente por apenas uma décima… O piloto do C2 preto acabaria por ganhar o braço de ferro mas por apenas 1,7s.
Com mais de 2 minutos de atraso para Costa terminariam os irmãos Rúben e Estevão Rodrigues, eles que na geral antecederam João Faria e Carlos Medeiros, os mais rápidos dos concorrentes à Taça da Região Autónoma dos Açores, vulgo F2, competição onde se superiorizaram a Carlos Andrade e Rui Silva que trouxeram da Terceira o Renault Clio Ragnotti.
Marco Soares e David Paiva foram 12º da geral e 5º da F3 à frente de Fernando Casanova e Ricardo Melo que durante a manhã tiveram problemas no Skoda Fabia RS TDI com que se aprestam a cumprir os ralis de terra do campeonato. António Ortins e Tomás Pires encerraram a classificação geral do campeonato e levam para a Terceira o troféu da Classe 5.
Tiago Mota no Open
Depois do brilharete de Luís e Fábio Medeiros na super especial de sábado à noite, Tiago Mota e José Pimentel assumiram o comando da categoria no Citroen Saxo Cup e não mais a largaram apesar dos travões da viatura francesa terem sido motivo para algumas dores de cabeça.
Bruno Tavares e Tomás Vultão, apercebendo-se dos problemas do líder, forçaram na fase final e reduziram a diferença mas acabaram por ser eles vítimas de problemas mecânicos insolúveis que os levaram à desistência mesmo ao cair do pano. Concluíram 6 equipas, todas com distâncias substanciais entre si.
No segundo lugar ficou o Renault Super 5 de Luís e Fábio Medeiros enquanto os Fernandos (Amaral e Jorge) colocaram o Opel Corsa na terceira posição. José Patrício e Fernando Braga levaram o Ford Escort RS2000 (o único clássico presente no Rali da Primavera) ao 4º lugar à frente de Flávio Guerreiro e Rui Almeida em Renault 5 GT Turbo e de Gomes Pereira e Filipe Tavares em BMW 316i.
Para além de Bruno Tavares também abandonaram as duplas compostas por Ruben e Énio Santos (Peugeot 106 XSi) e João Torres e Carlos Tavares (Seat Ibiza GTI). Curiosamente, ambos conjuntos eram quintos quando se deu a respectiva desistência.
Francisco Veloso - Fórmula Rali
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