Manuel Inácio e Fábio Vasques comandam neste momento o Desafio Modelstand, do Open de Ralis. Estivemos à conversa com o piloto e conhecemos o segredo do sucesso.
A regularidade nas três provas já realizadas coloca-o na frente do Desafio Modelstand. Qual ou quais as razões para esta consistência?
Iniciamos a época com a filosofia de não correr riscos e acabar corridas e isso tem acontecido, até agora tudo tem corrido pelo melhor e só queremos que assim continue. Temos andado com cabeça, sem cometer erros e acima de tudo sem estragar material que nos possa comprometer resultados, num Troféu competitivo como este penso que é a melhor opção a tomar pois os ralis só acabam depois da passagem no palanque final e todos os pontos são preciosos ao longo da época para que se possa esperar um bom resultado final. Neste momento estarmos no primeiro lugar do Troféu Modelstand deixa-nos contentes.
Apesar da liderança, ainda não venceram no troféu. O que é que falta para vencer?
Vencer no Troféu Modelstand não é fácil, existe um leque de pilotos reconhecidamente rápidos e acima de tudo com muita experiência nos 206 a lutar prova a prova pelo primeiro lugar, estar lá deixa-nos contentes mas sabemos que não podemos cometer loucuras. A falta de apoios que o nosso desporto carece e que sofremos neste momento não nos deixa com o à-vontade suficiente para andarmos no máximo das nossas capacidades pois sabemos que temos de gerir as provas e a falta de testes nota-se, especialmente nas primeiras classificativas onde ainda vamos a apanhar a "mão" ao carro. Não temos dúvidas que temos capacidades para vencer qualquer prova, e certamente que esse dia vai chegar.
Sente-se mais à vontade no asfalto ou na terra?
É-me igual, gosto de ralis, conduzir no asfalto e na terra deixa-me satisfeito cada um à sua maneira. Sabemos que na terra o material se estraga mais e os problemas mecânicos podem aparecer mais facilmente, temos de ter um pouco mais de cuidado e andar o mais rápido que pudermos tendo tudo isso em conta, está provado que a fiabilidade e a consistência dão frutos.
Como é que encara as próximas provas, a maioria em pisos de terra? Qual é o objectivo para este ano?
As próximas provas que pudermos fazer vão ser encaradas exactamente da mesma maneira, vamos lá para tirar o máximo partido e gozo de cada prova sempre dando o nosso melhor. Como já expliquei existem vários factores que não nos permitem entrar em loucuras, fazemos ralis acima de tudo porque gostamos e sabemos que somos competitivos, nesta altura em que o campeonato ainda vai a menos de meio estamos em primeiros do Troféu mas ainda falta muito pela frente. Vamos continuar a correr dentro das nossas possibilidades e esperar um bom resultado final no Troféu.
Na passada temporada disputou provas de ralicross, permitu-lhe manter o ritmo?
Ter realizado alguma provas de Ralicross na temporada passada permitiram claro manter algum do ritmo competitivo, foi uma maneira de não ficar parado enquanto redefinia projectos e também de conhecer outras formas de competir totalmente diferente dos ralis e do todo-o-terremo que também já disputei. No ralicross as provas são obviamente de sprint, temos que dar tudo do início ao fim sem olhar a meios, temos de ser agressivos, também gostei bastante, mas não há nada como os ralis.
Encara a possibilidade de regressar ao Campeonato de Portugal de Ralis?
De momento não. A conjuntura económica nacional e a consequente falta de apoios que o nosso desporto carece de momento não o permitem, e a juntar a isto temos um Campeonato de Portugal de Ralis completamente desactualizado da nossa realidade. Foi exactamente por isso que optei por vir correr para o Open e principalmente para um Troféu, esta é a única maneira lógica de estar nas corridas actualmente no meu ponto de vista, ou seja, num Troféu onde existem alguns apoios para correr, uma competição organizada, extremamente competitiva e que tem destaque no panorama dos ralis nacionais. Enquanto que os vários campeonatos de ralis não forem revistos, onde a redução de provas, a devida re-organização dos campeonatos e a abertura a todo o tipo de carros é essencial, vamos ter espectadores a perder cada vez mais interesse em vir assistir ás provas e ralis com cada vez menos inscritos pois há corridas quase todos os fins de semana.
Qual é a sensação de bater um tubarão dos ralis mundiais como Stig Blomqvist?
A sensação é muito boa claro, embora isso tenha apenas acontecido num motorshow, mas mesmo assim não deixa de ter o seu mérito. Francamente nunca pensei que o fosse conseguir, ele corria num 4x4 e eu num carro de duas rodas motrizes. Eu sabia que estava rápido e que estava ali perto do pódio, quando finalmente acabou e percebi que o tinha batido fiquei muito contente e quase nem queria acreditar. Ele foi muito simpático e deu-me os parabéns, essa foi a melhor parte.
Agradecimentos
Não podíamos deixar de aproveitar esta oportunidade também para agradecer à nossa equipa SRF Motorsport que nos tem apoiado e preparado da melhor maneira o carro para as provas, estes resultados também são deles pois tudo isto é um trabalho de equipa, assim como dos nossos patrocinadores, Bompiso, Manuela Bastos, Instock e apoios Megapeças, Inatrucks, LCP Vestuário, F.Rêgo, Broas E Broinhas, studioD e Q&F.
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