Arthur Melo, jornalista do Açoriano Oriental, acompanhou os testes desta segunda feira e elaborou a peça que abaixo se reproduz:
Nem de propósito. No decorrer dos testes privados, na Achada das Furnas, equipas puderam testar, de manhã, soluções para chuva e à tarde para piso seco
A meteorologia no arquipélago dos Açores é inconstante e num só dia podem-se observar as quatro estações do ano. Inconvenientes à parte, esta característica até que foi benéfica para as equipas que ontem se dedicaram a realizar testes nos carros que a partir de quinta-feira participam no SATA Rallye Açores.
O dia amanheceu sombrio e na zona da Achada das Furnas o nevoeiro instalou-se e como companhia tinha chuva. “Está escorregando muito”, disse-nos Ricardo Moura numa vinda à zona onde se encontravam os mecânicos da ARC Sport. De facto, a sujidade dos carros era sinónimo de que o troço deveria apresentar-se bastante enlameado e, nesta fase do dia, a atenção de pilotos e responsáveis das equipas estava em encontrar as melhores afinações. A Skoda Motorsport dedicou particular atenção aos diferenciais e, transversal a todos os concorrentes presentes junto à Casa da Batata, foi a preocupação com a melhor escolha de pneus. “Não está sendo fácil encontrar a melhor solução de pneus. De manhã choveu e agora o piso está a secar. Já me contaram que no ano passado os furos foram uma constante, pelo que temos de ser muito criteriosos na sua escolha”, disse Bryan Bouffier enquanto trocava impressões com o seu staff sobre os pneus utilizados no Peugeot.
De tarde o sol brilhou e rapidamente transformou as condições do troço. As condições meteorológicas mudaram num ápice e com a mesma velocidade os mecânicos adequaram os carros à nova situação. Após uma ida à zona das assistências, as alterações efectuadas nos carros eram de pronto testadas no troço em condições reais de prova.
Testes pararam durante 40 minutos
A Direcção de Prova do SATA Rallye Açores foi obrigada a interromper o troço onde os concorrentes estiveram a realizar os testes privados. Uma pedra com alguma dimensão que um piloto “arrancou” da berma depois de uma trajectória mal calculada provocou a interrupção por 40 minutos, tempo que a organização gastou para a remover mas também para arranjar um pedaço de troço que estava degradado.
Bryan Bouffier
“O meu carro está muito bom mas não ando em terra há algum tempo. Vamos ver. Observei muitos vídeos desta prova e não escondo que estou ansioso para que o rali tenha início. O segredo para este rali que é muito difícil está nas notas que vamos tirar e encontar um bom set-up para o carro”
Juho Hanninen
“A vitória escapou por um fio no ano passado. Claro que tenho muita vontade em vencer este rali. Aquele furo foi um tremendo azar no final do rali. Quero muito vencer o rali neste ano. A minha presença vai servir também como um teste, um ensaio, para o rali da Finlândia”
Andreas Mikkelsen
“No ano passado diverti-me bastante na prova. É um rali muito difícil, com muitas armadilhas, mas adorei a prova. Se nos dias de prova estiver assim com nevoeiro, as dificuldades ainda serão maiores. Mas precisamos de pontos para o campeonato e vamos andar ao ataque desde o início da prova.
Patrik Sandell
“Espero conseguir vencer esta prova… (risos)! Do pouco que já me falaram, trata-se de um rali muito bom. Ainda só fiz este troço dos testes mas dizem-me que os restantes são muito semelhantes. Se assim for tenho a certeza de que vou adorar. Estou motivado para travar uma batalha com os restantes”
Francisco Veloso - Fórmula Rali
Sem comentários:
Enviar um comentário