Rali da Suécia 2020 - A análise, equipa a equipa

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Faltou pouco para ser adiado, mas o Rali da Suécia disputou-se, embora amputado de mais metade das suas classificativas. Faltou neve e gelo mas abundou emoção. No final fez-se história, com a vitória impressionante de Elfyn Evans e Scott Martin, batendo os campeões do mundo Ott Tanak e Martin Jarjeova. Igualmente impressionante foi a performance e Kalle Rovanpera, batendo Sébastien Ogier na luta pelo terceiro lugar da classificação geral e, de resto, toda a concorrência na power stage.


10 - Elfyn Evans / Scott Martin - Toyota
Há três semanas, após a notável prestação em Monte Carlo, deixámos a questão no ar: conseguiria a dupla britânica manter a performance ao longo da restante temporada? Eis senão quando Elfyn Evans nos oferece uma resposta assertiva, dominando os acontecimentos no Rali da Suécia. Evans e Martin foram os melhores numa prova sprint e com condições dificílimas, batendo internamente não só o mais inexperiente Rovanpera como também o campeoníssimo Ogier. Vencendo 5 das 9 especiais disputadas, o piloto galês amealhou uma vantagem que lhe permitiu encarar a traiçoeira power stage em modo de gestão. Evans é agora, a par de Neuville, o único vencedor não escandinavo do Rali da Suécia sem o título de campeão do mundo. Um sinal?

9 - Kalle Rovanpera / Jonne Halttunen - Toyota
Se a prestação de Evans foi incrível e indubitavelmente uma página de história escrita nos memoriais do WRC, semelhante grandiosidade terá certamente o feito de Rovanpera. Na segunda prova ao volante de um WRC, Rovanpera e Halttunen estiveram na luta pela vitória e só se atrasaram devido a ligeiros erros inerentes à sua inexperiência. Na power stage foram os mais rápidos e ainda alcançaram o terceiro lugar na classificação geral, ao destronarem um desconhecido Sébastien Ogier. Há memória de uma ascensão tão meteórica de algum outro piloto?


7 - Ott Tanak / Martin Jarjeova - Hyundai
Depois do acidente em Monte Carlo e numa prova onde os Hyundai não se mostraram particularmente competitivos, o segundo lugar final é bastante positivo. O quarto lugar obtido na power stage, a uns longínquos 4,6 segundos de Rovanpera, deixaram, certamente, um amargo de boca na dupla campeã do mundo e no humor de Andrea Adamo.

6- Sébastien Ogier / Julien Ingrassia - Toyota

Candidato ao título, batido pelos dois companheiros de equipa, Ogier é um dos derrotados nesta jornada. O francês não venceu um único troço e só por uma vez foi o segundo mais rápido em especiais, sendo o terceiro mais veloz na power stage a quase 4 segundos de Rovanpera. Apesar de tudo, amealhou bons pontos para um campeonato onde Ogier e Ingrassia já demonstraram por várias vezes que, grão a grão, são capazes de lutar sempre até final.

5 - Esapekka Lappi / Janne Ferm - M-Sport

Mais uma vez, a melhor dupla da M-Sport, num campeonato que não está a ser muito animador para a formação de Cumbria. Lappi e Ferm, num rali onde se esperava que estivessem mais competitivos que em Monte Carlo, não venceram um único troço mas foram regulares o suficiente para terminarem no quinto lugar, mesmo com a pressão de Neuviile.

5 - Craig Breen / Paul Nagle - Hyundai
Uma prestação positiva, embora pouco, de Craig Breen e Paul Nagle, chamados para substituir Sébastien Loeb e Daniel Elena. Não fosse a power stage, onde nitidamente não entraram ao ataque e teriam terminado a prova a pouca distância de Thierry Neuville, a referência em termos de andamento. Uma oportunidade desperdiçada, para o irlandês que se pretende afirmar no WRC mas que para já só tem confirmada uma campanha no ERC?

4- Thierry Neuville / Nicolas Gilsoul - Hyundai

A par de Ogier, como candidato ao título Thierry Neuville é um dos derrotados desta prova. Embora com uma posição de partida diferente, foi batido internamente por Ott Tanak que colocou um Hyundai no segundo lugar, enquanto a dupla belga se teve de contentar com o sexto lugar, tapado por Lappi que se defendeu bem. Venceram um troço e foram os segundos mais rápidos na power stage (aí foram melhores que Tanak). Acabaram, em termos de campeonato, por ser alcançados no topo da classificação por Elfyn Evans (em igualdade pontual com 42 pontos).

3 - Teemu Suninen / Jarmo Lehtinen - M-Sport

Mais uma prova desastrosa para uma dupla de quem se espera muito mais e que no ano transacto demonstrou que pode lutar por pódios. O Rali da Suécia era uma das provas onde se esperava muito mais de Suninen, mas o finlandês saiu de estrada logo no shakedown e, num rali que mais parecia um Monte Carlo em terra, esse percalço parece ter afectado a sua confiança, traduzindo-se negativamente nos tempos.

A análise à prestação das equipas da Hyundai, M-Sport e Toyota, numa classificação de 0 a 10 da responsabilidade de João Cosme.

Classificações disponíveis em E-WRC.