Era precisamente John Wheeler quem comandava a expedição da Ford a Portugal até à chegada do responsável do sector de ralis da marca, Peter Ashcroft.
Essa expedição era composta para além do projectista do RS200, por um engenheiro da Ford Motorsport – Andy Thorburn -, por Malcom Wilson e mais oito mecânicos do departamento de competição da marca.
Presente também um técnico da RED, preparador britânico que faz correr um Sierra 4x4 Turbo, e cinco homens da Pirelli liderados por Brivio, um jovem italiano que já em 1982 estivera nos testes do RS1700 Turbo e que agora veio dar o seu apoio aos dois responsáveis ingleses pela ligação Ford-Pirelli.
Em termos de material e para além do enorme e bonito camião RED que transportou os carros de competição, e do da Pirelli, a Ford fez deslocar dois RS200 – chassis números 1 e 5 com as matriculas B 888 CHK e B55 CHK, respectivamente -, mais uma Ford Transit e uma Granada Station de assistência. Tudo isto para além de inúmeros caixotes de peças e órgãos mecânicos para substituir e ensaiar nos dois carros.
O programa de testes previstos para o nosso país, iniciado na noite da passada quinta-feira e prolongando-se pelo menos até ao final desta semana, divide-se em três partes: uma primeira de afinação do carro, uma outra para ensaios de pneus e por fim os primeiros tempos de comparação face à concorrência.
A escolha de Portugal para o desenvolvimento desta fase dos testes do Ford RS200 teve a ver mais uma vez com as facilidades de treinar nos nossos troços que permitem um bom termo de comparação face à concorrência pois devido a pertencerem ao Rali de Portugal. Depois pesaram ainda as normalmente boas condições atmosféricas; os preços de estadia bastante baixos e, é claro (gostariam os responsáveis da Ford!), uma certa discrição e calma no seu trabalho, sem grande número de curiosos ou jornalistas a molestá-los.
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Os primeiros quilómetros do troço de São Lourenço da Montaria foram o local escolhido para a primeira fase dos testes que, logicamente, decorreram com a bem conhecida precisão britânica: O carro rodava a partir de meio da tarde até à noite e, na manhã seguinte, desde muito cedo era de novo posto como novo para a nova série de ensaios. Tudo isto com uns “cházinhos” à hora certa...
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Fonte : Jornal “Autosport” de 21 de Maio de 1985.
Autor do texto e fotos : Mário Guerreiro
Muito mais foi publicado pelo Autosport no que diz respeito aos testes da Ford, o problema é que a grande maioria das linhas são entrevistas feitas ao responsável e/ou engenheiro do marca sobre o novo bólide da marca. Tentar transcrever só parte da conversa não era o ideal, mas também transcreve-la toda dava “pano para mangas”, dado que a reportagem destes testes tinha quatro páginas...
AUDI
Quanto à Audi, a equipa esteve em testes em Orbacém dias antes dos testes que a Peugeot fez em Arganil. Nenhum jornal fez uma reportagem dos testes, apenas uma menção aos mesmos na reportagem dos testes da Peugeot em Arganil do jornal Autosport, em que se dizia que a equipa de técnicos da Michelin tinha vindo de Orbacém onde tinha realizado o mesmo tipo de operação com a Audi que iria realizar em Arganil com a Peugeot.
Por fim, quase todas as equipas que vieram ao Rali de Portugal com a sua estrutura oficial fizeram testes no nosso país, excepção feita à Volkswagen que não realizou qualquer teste. Os testes da Lancia tinham como objectivo participar na nossa prova, mas umas semanas antes do rali se realizar, a inscrição foi retirada porque o nosso rali era um dos ralis do mundial em que os 037 já não eram competitivos, assim consideraram a admnistração da Lancia. A Ford veio cá, tal como em 1982, para desenvolver o novo carro.
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