Com uma lista de inscritos bem recheada e com um WRC renovado, tudo aponta para que o Vodafone Rally de Portugal 2011 trilhe a rota de sucesso que as anteriores edições têm conhecido.
Vasto e de excelente qualidade, eis como se pode definir o plantel que fez questão de demonstrar o seu interesse na próxima edição do Vodafone Rally de Portugal, terceira etapa do Campeonato do Mundo de Ralis - WRC 2011, na estrada de 24 a 27 de Março.
Numa altura em que a situação económica internacional poderia condicionar as inscrições para a prova, não deixa de ser gratificante para o ACP verificar que o número de inscritos aceite pela Organização cresceu face ao ano passado, numa demonstração evidente que a nossa prova é cada vez mais uma das importantes referências do WRC.
Na verdade, o Automóvel Club de Portugal recebeu nada menos do que 75 pedidos de inscrição, na sua esmagadora maioria de formações estrangeiras, o que demonstra bem a pujança internacional da prova portuguesa, que continua a constituir um cartaz de referência na promoção turística de Portugal.
A 44ª edição do Vodafone Rally de Portugal enquadra-se num campeonato do Mundo totalmente renovado, com regulamentos técnicos que deram azo a propostas diferentes em termos de viaturas participantes, num desafio aliciante e que certamente constituirá outro dos grandes motivos de atracção da nossa prova.
Estão inscritos nada menos do que 15 World Rally Cars da nova geração - 10 Ford Fiesta e 5 Citroën DS3 - enquanto que no PWRC, para o qual a nossa prova é igualmente válida, surgem os 18 inscritos no campeonato, que discutirão entre si a sucessão a Armindo Araújo. Nesse lote inclui-se o campeão nacional da categoria, Ricardo Moura, com o estatuto de piloto convidado.
Ainda em termos de novidades, saliência para a estreia mundial do Mini John Cooper Works, por enquanto apenas na versão S2000, já que a proposta WRC apenas tem a sua presença prevista para o Rali de Itália. Será também a primeira vez que o campeão do Mundo de PWRC, Armindo Araújo, conduzirá em competição o seu novo carro e neste aspecto um dos grandes pontos de interesse desta edição do Vodafone Rally de Portugal será a luta pela posição de melhor piloto português, já que nenhum dos principais candidatos terá preocupações a nível de campeonato.
Nesse despique há ainda que contar com o campeão nacional em título, Bernardo Sousa, o único a alinhar num WRC (Ford Fiesta), e Bruno Magalhães, que regressa à nossa prova depois de um ano de ausência, aos comandos do seu habitual Peugeot 207 S2000.
A estreia da FIA WRC Academy, uma competição que reúne 19 jovens pilotos dispondo de armas idênticas, constitui ainda um aliciante adicional da edição 2011 do Vodafone Rally de Portugal.
DIFICULDADES ACRESCIDAS NO FINAL DA PROVA
Nascido no actual formato em 2005, o Vodafone Rally de Portugal da presente geração foi projectado, desde início e em todos os detalhes, para ser uma prova do Mundial.
O seu figurino, o seu percurso e, em particular, a qualidade e a espectacularidade das suas classificativas, rapidamente conquistaram o apreço dos pilotos e das equipas, impondo o Vodafone Rally de Portugal como uma referência no campeonato, uma situação a que também não é estranho o elevado nível organizativo da prova.
Nestas condições, o rali tem vindo a evoluir de forma continuada, sem alterações bruscas, no sentido de aumentar a competitividade do percurso e, em particular, da sua última etapa, de modo a incrementar o nível de incerteza quanto ao resultado final e a manter em aberto a questão da vitória até tão tarde quanto possível.
Esta estratégia viria a dar os seus frutos na última edição, com os dois primeiros classificados a entrarem para o derradeiro troço – na circunstância, a super especial do Estádio Algarve – separados apenas por meia dúzia de segundos.
Os troços da última etapa do Rally de Portugal de 2009 totalizaram aproximadamente 80 km, um valor que subiu para perto dos 90 km no ano passado.
Prosseguindo o desenvolvimento desta filosofia, a derradeira etapa da edição 2011 do Vodafone Rally de Portugal apresentará quase 105 km de troços cronometrados, um valor elevado no qual pesam de forma importante, as duas passagens pelos 31,04 km de uma classificativa com uma configuração inédita, designada por Santana da Serra.
A expectativa é que o acréscimo da proposta competitiva na última etapa e a disputa da dupla passagem por esta extensa e exigente classificativa venham a ser determinantes para o estabelecimento da classificação final do Vodafone Rally de Portugal 2011, garantindo até ao final a incerteza quanto ao nome do vencedor.
Mas a importância desta fase da prova é ainda aumentada pelo facto de o último troço do rali ser considerado como «Power Stage», um novo conceito introduzido este ano na regulamentação do campeonato do mundo de ralis.
Cada rali do WRC tem uma classificativa, normalmente a última, que oferece o aliciante extra de uma bonificação em pontos para os pilotos melhor classificados no troço. Paralelamente, o «Power Stage» representa uma fantástica oportunidade promocional para o país, a região, as equipas e os patrocinadores, dado o impacto de uma transmissão televisiva em directo para todo o mundo.
Para Pedro Almeida, director da prova, "quando a nossa prova foi definida e apresentada à FIA para aprovação, o conceito do «power stage» não estava ainda claramente estabelecido. Posteriormente, tivemos ocasião de discutir o assunto com o promotor do campeonato, tendo a nossa opção sido aceite. De qualquer modo, em termos estritamente regulamentares, nada impede que o «power stage» tenha 30 km ou que o «power stage» seja uma qualquer classificativa do rali que não a última. O que se pretende é que o troço em questão (que até pode ser uma super especial) permita a transmissão televisiva em directo, o que é obviamente o caso."
O REGRESSO A LISBOA
Como já foi oportunamente divulgado, a realização da primeira prova de classificação, a super especial de abertura do rali, em Lisboa, no emblemático cenário da Praça do Império, constitui outra das grandes novidades da edição 2011 do Vodafone Rally de Portugal, naquele que marca o regresso da prova à capital, 37 anos depois da última visita.
Com esta solução, o ACP aposta numa diversificação da imagem projectada no exterior em termos de destinos turísticos no nosso país, aliando ao cenário tradicional do Algarve e Baixo Alentejo o ambiente histórico e cultural da cidade de Lisboa, protagonizado pelo Mosteiro dos Jerónimos e pelo Centro Cultural de Belém.
Por outro lado, esta opção vai ao encontro das tendências que se antecipam para as provas do Campeonato do Mundo. Sendo certo que as exigências actuais em matéria de segurança levam os organizadores a realizar os seus ralis em áreas muitas vezes afastadas dos grandes centros populacionais, é desejável que integrem no programa desportivo dos seus ralis eventos com uma forte componente promocional e que envolvam um contacto mais directo com o público.
UMA ESTRUTURA QUASE INALTERADA
Analisando mais em detalhe o programa da prova, teremos nesta edição um período mais compacto de reconhecimentos, com uma duração de apenas dia e meio em vez dos dois dias habituais, decorrendo na 3ª feira e na manhã de 4ª feira (dias dias 22 e 23 de Março), isto porque o shakedown é antecipado para a tarde de 4ª feira, com início pelas 14h30.
O dia seguinte, 5ª feira, 24 de Março, será reservado à super especial de Lisboa, cujo programa integra o reconhecimento da prova em veículos eléctricos, uma sessão de autógrafos com os principais pilotos e um desfile de apresentação das melhores equipas em veículos históricos descobertos, para além de uma prova reservada a veículos clássicos desportivos.
Na 6ª feira, o Vodafone Rally de Portugal vai para a estrada no seu cenário tradicional, com a realização de 6 provas de classificação, correspondentes a uma dupla passagem por 3 troços diferentes: Santa Clara, com 22,99 km, cujo início foi ligeiramente antecipado, Ourique (20,27 km) e Felizes (21,31 km).
No sábado tem lugar a segunda etapa, com mais três troços feitos por duas vezes: Almodôvar, com uma extensão de 26,23 km e transmissão televisiva em directo na RTP na sua parte central em ambas as passagens, Vascão (25,26 km) e Loulé (22,56 km).
No domingo, o Vodafone Rally de Portugal encerra com mais 2 troços percorridos por duas vezes: Silves (21,39 km) e Santana da Serra (31,04 km), esta última com transmissão directa para Portugal na RTP também nas duas passagens e com cobertura televisiva em directo para todo o mundo na derradeira passagem através da plataforma da NOS (North One Sport), o promotor do campeonato.
No total, serão mais de 385 km de troços disputados nas excelentes estradas de terra dos concelhos de Almodôvar, Loulé, Ourique e Silves, cujas autarquias, reconhecendo naturalmente o impacto muito positivo que o Rally de Portugal tem na economia e na divulgação das suas regiões, se têm assumido como parceiros de eleição do ACP, dando um contributo fundamental para o sucesso da prova.
Por outro lado e se se exceptuar a super especial de Lisboa, uma prova de características muito especiais orientada sobretudo para a vertente promocional, a quilometragem média das classificativas do Vodafone Rally de Portugal atinge praticamente os 24 km, um valor excepcional, mesmo no quadro do Mundial de Ralis.
"OPEN" DE RALIS PRESENTE NO SEGUNDO DIA
Depois da edição de 2010 ter permitido aos Clássicos de ralis uma forte presença naquele que foi denominado Rally de Portugal Revival, este ano será a vez dos habituais participantes no "Open" de ralis se poderem mostrar perante uma extensa e competente plateia, no intervalo das duas passagens dos concorrentes do WRC pelos três troços do segundo dia de prova.
Esta iniciativa do ACP teve uma resposta pronta por parte dos participantes do "Open", com nada menos do que 30 pilotos inscritos, garantindo assim um interessante espectáculo para os espectadores presentes nessas classificativas.
Motores Magazine
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