O Rali da Argentina revelou-se uma das provas mais imprevisíveis do ano mas no final ganhou o principal favorito, embora de forma surpreendente se atendermos às circunstâncias da prova…
O terceiro dia começou com os 48,2kms da especial de Ascochinga e com a vantagem de 43,7s de Ogier sobre Hirvonen, margem que parecia mais que suficiente até porque o piloto da Ford não se encontrou ao longo de todo o fim de semana e nunca foi capaz de manter um ritmo igual ao dos mais rápidos. Só que Ogier acabaria por “borrar a pintura” numa curva em que cortou demasiado levando o DS3 WRC a capotar. Apesar de conseguir manter-se em prova, Ogier perdeu logo ali mais de metade da vantagem com que enfrentou a etapa e ficou em maus lençóis para o resto de rali porque se as três classificativas que faltavam não totalizavam mais do que 10,8kms, a verdade é que o Citroen ficou em grande inferioridade face às máquinas dos seus adversários e não havia qualquer assistência até ao final da prova.
As previsões bateram certo. A partir daí Ogier já não conseguiu rodar em bom ritmo e no final do rali apenas conseguiu ser terceiro (caso tudo corra bem na ligação final, uma vez que escrevemos logo a seguir ao final da derradeira especial de classificação.
Assim sendo, a guerra que se antevia pela segunda posição entre Hirvonen e Loeb cedo se transformou na batalha pela vitória final. Os 4 segundos que o piloto da Ford trazia do dia anterior foram logo anulados na primeira especial pelo campeão do mundo que ainda lhes somou mais 1,6s. Nas outras especiais a diferença foi aumentada nalgumas décimas tendo o francês entrado para a Power Stage final com uma vantagem de 3,3s que se afigurava bastante segura até porque o troço só excedia em 20 metros a marca dos 3 kms…
A verdade é que a Power Stage, colocada no final do rali, assumiu aqui uma importância fundamental porque para além da pontuação bónus atribuída decidiria o rali. Afinal, uma trajectória mal calculada, um furo ou qualquer outro percalço poderiam voltar a alterar tudo. Mas não foi isso que aconteceu. Petter Solberg foi o mais rápido e somou aos pontos do 4º lugar os da vitória na Power Stage. Hirvonen fez o segundo melhor tempo ex-aequo com Loeb que assim terminaram o rali separados por 2,4s.
Ogier ainda conseguiu ser terceiro à frente de Petter Solberg que ainda assim saiu feliz da Argentina por ter vencido a Power Stage (ainda não tinha sequer pontuado em nenhuma) e por constatar que apenas perdeu a hipótese de lutar pela vitória numa única especial do dia de ontem quando teve problemas de direcção assistida.
Mads Ostberg cumpriu o seu objectivo de ser o melhor dos “outros” ao terminar na quinta posição com uma vantagem confortável para Villagra. Em 7º terminou Latvala que regressou em super rali para pontuar numa prova onde teve uma exibição muitas vezes a roçar o brilhante e onde, ao contrário de outras vezes, não teve qualquer culpa na desistência averbada no segundo dia de prova.
Wilson foi 8º à frente dos dois primeiros do PWRC onde Paddon levou a melhor a Flodin numa categoria que nalguns ralis se assemelha seriamente a uma prova de sobrevivência, mais do que a uma competição desportiva…
Classificação geral
Francisco Veloso - Fórmula Rali

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