Problema mecânico afasta Ivo Nogueira

O lendário golfista sul-africano Gary Player afirmou um dia que “A sorte é uma coisa engraçada. Parece que quanto mais treino, mais sorte tenho!”.
A afirmação é verdadeira em 99 por cento dos casos, pois só a sorte (ou a falta dela) impediu o jovem Ivo Nogueira de lutar pela vitória no Rali de Vila Verde deste fim-de-semana, precisamente uma das provas que o piloto da Maia tinha preparado com maior empenho e profissionalismo.

Depois de complementar o histórico pódio na prova de abertura com novo segundo lugar no difícil Rali Serras de Fafe, Ivo Nogueira chegava a Vila Verde na vice-liderança do Campeonato de Portugal de Ralis 2 Litros / 2 Rodas Motrizes. Ciente de que teria de melhorar a sua pilotagem e conhecimento do novo Citroën DS3 R3T, o jovem piloto de 20 anos trabalhou com o máximo empenho nas semanas anteriores à prova, testando em pisos de asfalto para experimentar novas afinações de suspensão no carro francês.

Todo esse trabalho parecia ter dado frutos quando Ivo Nogueira estabeleceu um tempo-canhão nos 14,39 km da primeira e mais longa especial do rali, onde deixou o segundo mais rápido a 8,7 segundos e o terceiro a mais de 23 segundos de diferença. Contudo, já na parte final do troço, uma pedra colocada na linha de trajectória danificou o sistema de travagem do DS3. “Não havia forma de evitar o embate”, contou Ivo Nogueira. “Percebi logo que algo se tinha partido mas faltavam apenas três quilómetros para o final do troço e continuei”. Apesar de ter realizado a especial seguinte praticamente sem travões, Ivo Nogueira conseguiu ainda assim o segundo melhor tempo no troço e manteve a liderança da prova com uma vantagem de 7 segundos.

Em plena terceira classificativa, o piloto apercebeu-se da extensão dos danos quando o motor do carro francês ficou sem água no sistema de refrigeração, levando ao abandono antes da PE4 para evitar estragos maiores no motor e caixa de velocidades. “Foi pena porque trabalhei imenso para preparar este rali e tinha confiança para atacar. As contas do campeonato complicaram-se, mas pelo menos sei que as novas afinações do carro são as mais correctas e que posso ser muito competitivo até ao final do ano. Vamos trabalhar ainda mais para termos uma segunda parte de época em grande nível”, concluiu.

Ricardo Cunha - Pregoafundo