A antiga “Volta à Ilha” – e longe vão os tempos dos mais de vinte troços dos anos 80… – está de regresso a 23 e 24 deste mês, pela 11ª vez sob o signo da “Além Mar” e com campeão coroado pela quarta vez consecutiva, no caso Ricardo Moura. Em aberto estão as restantes categorias em liça, pelo que a parte competitiva – campeão à parte… – promete belas imagens e muitas disputas.
Com uma estrutura praticamente consagrada, a sexta prova regional da temporada “repete” a primeira secção do 30º Rali Sical – apenas com um acerto de quilometragem na Canada da Quinta -, isto já depois da habitual passagem única na classificativa citadina (Litoral/Além Mar), que novamente deve encher Angra com o folclore dos motores e das emoções. Na tarde de sábado, novo regresso mas às passagens duplas pelo “santuário” das Veredas, sem dúvida um ícone dos troços terceirenses, intercalando com um troço de monta e excelente construção: Viveiros, 14 quilómetros de condução e muita velocidade, com pisos vários e o papel fundamental de decidir as contendas antes de se voltar a Angra.
Na altura de apresentação do certame, foram realçados os diversos apoios que permitiram pôr na estrada mais um rali, numa longa lista de firmas e entidades que se saúda, aplaudindo-se a disponibilidade da tutela regional e das autarquias locais em vincar a sua presença junto a um desporto de massas, mas que o confirma a cada saída, fazendo valer-se por si próprio como investimento público a conservar. Aliás, o próprio responsável pelo desporto açoriano, António Gomes (DRD), soube salientar a entrega de quem cria as manifestações desportivas na região, salientando o gosto pela prática e pela participação como motes importantes de dedicação e até profissionalismo. Só podemos assinar por baixo…
Lista de crise?
Ainda não oficializada, a lista de inscritos para a prova terceirense deverá albergar cerca de 45 equipas, um número distante de anteriores edições do certame, mas que tem explicações lógicas. O aumento do preço das inscrições (de 160 para 220 euros no período inicial), a nova obrigatoriedade dos clubes saldarem antecipadamente à entidade federativa os valores do seguro de prova, o aproximar do final da época e as outras competições em disputa, o tipo de rali rápido, em asfalto e de desgaste natural, ou mesmo alguma apatia dos pilotos perante o campeonato maior da região que, diga-se em abono da verdade, já viveu tempos mais risonhos e entusiasmantes. Juntando isso – ou essas hipotéticas razões – a ausências de vários habitués do CAR, o número é satisfatório, se bem que a grande distância dos 76 inscritos que as duas provas do clube da Avenida Jácome de Bruges ostentaram com orgulho em temporadas passadas.
Contra a violência doméstica…
Numa inovadora parceria com a Direcção Regional da Solidariedade e Segurança Social, e no sustento de um projecto avançado pela Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, as equipas presentes no rali irão ostentar uma faixa cujo conteúdo é claro: “O TAC acelera contra a violência doméstica”. Uma forma original, e de impacto garantido, para alertar a mole humana em torno da prova para um drama, que chegou aos nossos dias incompreensivelmente em plena forma. Urge tomar medidas contra esse tipo de acções criminosas pelo que, num simples apelo a que o TAC acedeu de imediato, a campanha ganha sem dúvidas outra visibilidade…e que nos faça, de facto, pensar…
O regresso da noite em 2012…
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e até o grande WRC parece encaminhado para voltar a ter provas de maior extensão e de grande exigência, ao invés das realizações “chave-na-mão”, próximas dos grande hotéis e com troços empacotados em estádios que hoje se vivem e que adormeceram parte do interesse mundial no seu seguimento. Vai daí, a moda da mudança tem de se alastrar, e ainda bem que assim é. Segundo o presidente do TAC, o “Lilás” de 2012 – daqui por um ano, portanto – deverá marcar o regresso dos troços nocturnos às provas terceirenses. O regresso, entenda-se, em secção completa, não apenas com os habituais fogachos aos arredores angrenses entre a proclamada Super-Especial do Litoral, ainda e sempre das melhores do país. Ao que deixou vislumbrar Gerardo Rosa, poderá haver um rali com quatro troços na noite de sexta-feira e mais quatro na tarde de sábado. Saudamos a ideia, mas aguardamos por mais audácia no número de classificativas. De resto, e das ideias que formos fomentando como válidas para a melhoria dos nossos ralis, nada como o diálogo entre as partes interessadas para as compor ou destituir de validade. Um último aparte ao facto deste “Lilás” se apresentar ao público, arrancar para a estrada e finalizar-se no Largo Prior do Crato pois, segundo a autarquia, o local é uma alternativa à renovada Praça Velha e merece assim ser valorizado. Discordamos do conteúdo e da forma da explicação, mas agradecem-se, em nome deste desporto e dos seus adeptos e praticantes, todos os apoios camarários que vão permitindo a continuidade das provas na estrada. É bem visto, que o retorno também existe, assim como está patente a qualidade para justificar as honras aos clubes e entidades. Mas a vontade política é indispensável. Um bom rali…está quase!
6ªfeira (23)
Partida (Largo Prior do Crato)-20h10
PE1 Além Mar (Litoral) – 2,55 kms-21h00
Chegada (TAC)-22h10
Sábado (24)
Partida (TAC)-09h20
PE2 Ribeirinha/S.Sebastião 1 – 9,54 kms-09h50
PE3 Canada Quinta/PIAH 1– 14,50 kms-10h15
PE4 Ribeirinha/S.Sebastião 2 – 9,54 kms-11h33
PE5 Canada Quinta/PIAH 2 – 14,50 kms-11h58
Chegada (TAC)-12h33
Partida (TAC)-13h23
PE6 Fonte Faneca/Veredas 1 – 5,52 kms-14h18
PE7 Viveiros 1 – 14,00 kms-14h58
PE8 Fonte Faneca/Veredas 2 – 5,52 kms-16h31
PE9 Viveiros 2 – 14,00 kms-17h11
Chegada (Largo Prior do Crato)-18h26
Miguel Sousa de Azevedo - Fórmula Rali
Foto: Ricardo Laureano / RL Photo
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