Há uns anos atrás, os Pilotos definiam os seus Projectos de Ralis apoiando-se em Patrocinadores que gostavam da modalidade e que tinham disponibilidade financeira para o fazer. Como retorno, envergavam o seu lógotipo nos seus vestuários e na viatura de competição, basicamente.
Os adeptos, facilmente identificavam os pilotos pelos grandes Patrocínios que ostentavam nos seus carros. Aqui a adesão aos Ralis era frenética e entusiasta pelos adeptos.
Os meios de comunicação social estavam presentes e colocavam os Ralis num patamar invejável a muitas outras modalidades.
No entanto e infelizmente, a situação actual do nosso País teve um impacto, neste caso negativo, em todos os mercados, não sendo excepção nos Ralis em Portugal.
Inicialmente com as especulações negativas dos mercados, até à confirmação dos maiores receios, levaram-nos a sermos reticentes aos investimentos quanto mais a meros Patrocínios.
Aqui o investidor, ou até mesmo o Patrocinador, teve que se ajustar ao mercado e à situação actual vivida por todos.
E entendo que este ponto é o cerne da questão actualmente: será que os Pilotos também se adaptaram a esta situação?
Maioritáriamente não, infelizmente. É necessário dar a conhecer o Piloto, criar uma imagem que a identifique. Com uma imagem trabalhada o Piloto torna-se visível, falado, comentado, apreciado e/ou criticado.
Nos dias de hoje um Piloto não pode ir a um potencial Patrocinador meramente com um Projecto básico a solicitar apoios com a promessa que irá ter o seu lógotipo na Equipa.
É necessário criar uma imagem certa, e oferecer muito mais que o habitual a um potencial Patrocinador de modo a ele se interessar inicialmente pelo Projecto.
Hoje em dia, com as tecnologias temos uma infindável carteira de ferramentas que nos permite fazer e/ou acrescentar algo mais aos Projectos de uma forma basicamente gratuita, no entanto que necessita da devida dedicação e tempo.
Se fizerem uma breve análise, poderão chegar à conclusão que de momento existem 3/4 Pilotos que são constantemente debatidos quer pelos Orgãos de Comunicação Social, quer meramente pelos Adeptos dos Ralis através de Fóruns, Convívios ou até mesmo na “conversa da treta”.
Esses Pilotos são falados porquê? Porque têm trabalhado arduamente nos seus Projectos de modo a que esses mesmos Projectos e até eles mesmos estejam no centro das atenções.
É normal e entendível que se o Piloto ambiciona um determinado nível de competição e tem meios para o fazer, tenha todo o direito de lá estar;
É normal e entendível que para se lançar um Projecto se tenha que falar bem dele e tem que se acreditar que é o melhor de todos mesmo não sendo aos olhos de alguns adeptos;
É normal e entendível que seja tentado que todos os Orgãos de Comunicação Social divulguem o Projecto;
Esse é o objectivo deles, serem falados de modo a ser uma mais-valia na altura de abordarem um potencial Patrocinador e até mesmo para o Patrocinador actual.
E o que é certo é que os que gostam do Projecto/Piloto comentam, os que não gostam... também comentam! E infelizmente, existem pessoas que consideram isso como falta de humildade, um patamar alto demais, um Piloto convencido, etc etc...
Eu considero isso saber-se adaptar às novas situações se quizerem atingir algo e quererem fazer algo mais que o habitual para tornar o Projecto o mais visível possível mesmo estando a elevar-se para um patamar possivelmente demasiado alto.
Cada vez mais a um potencial Patrocinador, principalmente para aqueles que apenas entendem que o Rali é um Desporto Automobilístico, tem que ser apresentado um Projecto onde a questão dos Títulos é muito importante mas também tem que se demonstrar que o Piloto já é conhecido no meio e a carteira de vantagens que o Projecto tem para oferecer é aliciante, produtiva e com retorno garantido.
Sem estas situações bem definidas e claramente apresentáveis torna o Projecto dúbio aos olhos do potencial Patrocinador e sem hipóteses de uma parceria.
Como Desportista sempre defendi que para se fazer algo ou se faz bem e com todos os meios que temos ao nosso dispor ou mais vale considerar-se “amador” eternamente.
Como Adepto dá-me prazer saber que ainda existe muito Piloto a querer levar os Ralis para a frente em Portugal da maneira que melhor sabem fazer, e não se tornando banais como a maior parte dos Pilotos actuais, principalmente quando têm meios para o fazer.
Acreditem que a situação actual é difícil e ainda tende a ficar pior, mas com dedicação e muito entusiasmo é possivel criar Projecto viáveis e ganhadores e acima de tudo interessantes aos olhos do Patrocinador.
Enviado por André Cortinhas
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