quarta-feira, 8 de maio de 2019

O que esperar do inédito Rali do Chile?

At World
O WRC está ao rubro! A saga repete-se este ano e na luta pelo título há três candidatos, com Sébastien Ogier a somar já duas vitórias, as mesmas que Thierry Neuville que lidera o campeonato, enquanto Ott Tanak soma apenas um triunfo mas já ganhou quase o dobro das classificativas que cada um dos seus rivais. E é assim que chegamos ao Chile, uma prova inédita no calendário e onde, por essa razão, a imprevisibilidade sobe de tom. 


Findo o Rali da Argentina a 28 de Abril passado, a caravana do WRC manteve-se na América do Sul. O pano caiu nesse domingo, logo após a power stage, mas a azáfama manteve-se na Villa Carlos Paz  até à quarta-feira seguinte, 1 de Maio, momento em que, após a reparação e profunda revisão dos carros que disputaram o rali argentino, tudo foi arrumado e empacotado para rumar ao Chile por via rodoviária. No caso da Citroën houve a necessidade de fazer voar um novo chassis do C3 desde França, já que a unidade utilizada por Esapekka Lappi ficou destruída, na sequência do acidente que colocou o finlandês fora de prova.

Toda a caravana rumou à cidade chilena de Concepción e após uma curta pausa para descanso, repetiu-se a rotina de desempacotar e montar todo o parque de assistência. Com uma tão curta distância temporal entre as duas provas, nem mesmo os pilotos voltaram a casa para descansar e estar com a família. À excepção de Sébastien Ogier e Esapekka Lappi, todos os pilotos oficiais preferiram manter-se na América do Sul ou rumar aos Estados Unidos da América, procurando descansar mas também evitar o desconforto e a diminuição de rendimento provocada pela mudança brusca de fuso horário, que a deslocação repentina à Europa poderia provocar.

O Rali do Chile é uma estreia absoluta no Campeonato do Mundo de Ralis. Tal já não acontecia desde 2010, quando o Rali da Alsácia integrou o WRC por substituição  da Volta à Córsega. Também nesse ano se havia estreado o Rali da Bulgária, uma prova que não voltou a integrar o calendário mundial. O Chile é assim a 36ª prova a integrar este calendário, sendo que nos últimos 20 anos surgiram mais 11 novos ralis: China, em 1999; Chipre, em 2000; Alemanha, em 2002; Turquia, em 2003; México, em 2004; Japão, em 2004; Sardenha, em 2004; Noruega, em 2007; Irlanda, em 2007; Jordânia, em 2008; Bulgária, em 2010 e Alsácia, em 2010.

Sendo um rali novo, é expectável que os pilotos mais inexperientes como Teemu Suninen (45 provas disputadas) ou Esappekka Lappi (47 provas) possam encurtar as diferenças para os mais batidos do pelotão. Veterano, mas inexperiente em alguns dos troços que compõem o WRC actual, Sébastien Loeb (175 provas) poderá ser um dos beneficiados por este factor. A título de curiosidade, refira-se que das 35 diferentes provas que ao longo dos tempos já integraram o campeonato, Loeb já venceu em 23. Vem aí a 24ª? Se assim for, o alsaciano passará a ser o segundo piloto mais velho a vencer uma prova do WRC, com 45 anos. O mais velho de sempre foi Bjorn Waldegard, quando venceu o Rali Safari em 1990, aos 46 anos. Se tal não acontecer, Loeb mantém o terceiro lugar na história, com a vitória que obteu no Rali da Catalunha do ano passado, aos 44 anos.  

At World
Com troços genericamente rápidos e não especialmente duros, com parecenças ao Rali da Austrália mas também ao Rali da Grã-Bretanha, espera-se tarefa difícil para Thierry Neuville, que terá de abrir a estrada e limpar o terreno para quem partirá na retaguarda. É que as dificuldades começam logo na primeira etapa, na sexta-feira, com a dupla passagem pelo troço mais longo do rali, o rapidíssimo e técnico "El Puma", com 30 kms de extensão. 

No que se refere à lista de inscritos, o Chile conseguiu reunir um plantel superior ao que as congéneres sul-americanas costumam oferecer. A isto não será alheio o facto de o país ter o campeonato bastante interessante, com muita variedade de viaturas das categorias R5, R3 e R2. No total serão 62 inscritos: 11 WRC; 4 WRC2 Pro; 18 WRC2 e cerca de 3 dezenas de equipas em carros de tracção dianteira. Para além do regresso de Loeb, também Lorenzo Bertelli volta ao activo. No WRC2 Pro estarão em confronto a M-Sport, com Greensmith, a Citroen, com Ostberg e a Skoda com Rovanpera e Bulacia. No WRC2 destaca-se Takamoto Katsuta num plantel dominado pelos sul-americanos, onde sobressaem Pedro Heller ou Benito Guerra.

Os motores vão rugir já esta quinta-feira, 9 de Maio, com o shakedown que se disputa a partir das 10h de Portugal Continental, mas o primeiro troço só vai para a estrada às 13h de sexta-feira. A power stage está marcada para 17h18 de domingo.

HORÁRIOS DO RALI DO CHILE (PORTUGAL CONTINENTAL)
LISTA DE INSCRITOS

Estas e outras estatísticas estão disponíveis  em juwra.com

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