quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Ralis pós-modernos: vencer mas não ser o vencedor

No recente Rali de Mesão Frio verificou-se uma das aberrações que vão marcando os ralis em Portugal: a equipa mais rápida em prova, João Barros e Jorge Henriques, não venceu o rali.

Por uma questão de honestidade intelectual, admitimos desde já que não conhecemos os regulamentos nos quais está enquadrada esta aberração. Não conhecemos e fazemos questão de não conhecer. É que - perdoem-nos a rigidez - quanto a nós a equipa mais rápida é a equipa vencedora de qualquer rali. E quanto a isto não há volta a dar. É que a definição do vencedor é uma das dimensões mais importantes de qualquer desporto. É uma circunstância não regulamentável.

Em Mesão Frio, três equipas poderiam arrogar-se como vencedoras absolutas: a equipa mais rápida (João Barros e Jorge Henriques), a equipa mais rápida com um veículo admitido no campeonato de ralis norte (Pedro Almeida e Hugo Magalhães) e a equipa mais rápida com um veículo admitido no referido campeonato e que está inscrita nessa competição (Lucas Simões e Simplício Gonçalves).

O resultado é não se saber com certeza quem é o vencedor. Quanto a nós foi a dupla João Barros e Jorge Henriques. Mas a dúvida fica no ar. Uma publicação oficial da FPAK atribuía a vitória a Pedro Almeida. Pouco depois nova publicação federativa, com uma longa dissertação, tentava explicar a complexa ciência de atribuição de vitórias da FPAK. 

E não confundamos o problema com a questão de saber se os R5 (agora Rally 2) deverão poder competir nos regionais ou não. No CPR os World Rally Cars podem alinhar à partida, embora não constando da classificação. No Rali Serras de Fafe, eventualmente Dani Sordo terá sido o mais rápido em prova, mas não constava da tabela de tempos e por isso não houve dúvidas em atribuir a vitória a Armindo Araújo. Semelhante solução, ou mesmo qualquer outra, poderia ser encontrada para os regionais. 

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